sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A Paz

A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se um vento de um tufão arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais.

A paz fez o mar da revolução invadir meu destino
A paz... como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão fez nascer um Japão da paz.

Eu pensei em mim, eu pensei em ti, eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz nosso amor em paz.

Eu vim, vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim, o lamento de tantos "ais".

Musicas para ouvir online

  

Música: A Paz
Intérprete: Gilberto Gil
Letra: Gilberto Gil / João Donato

.

...

"A fim de se situar no mundo, a pessoa faz de tudo para parecer que já está situada."
                                                                                                   
                                                                         Duque François de La Rochefoucauld*

*Segundo La Rochefoucauld, a necessidade de estima e de admiração está por trás de toda manifestação de bondade, sinceridade, gratidão. Ele é um pessimista desencantado com o gênero humano.


.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Internet e Eu

            Sempre me sinto um tanto quanto esquisito quando alguém arregala os olhos, leva a mão a boca e diz: como assim você não tem face, nem orkut, nem twitter!!!
            Não sei se me sinto esquisito ou velho. Porque a verdade é que já tentei ter tudo isso. Já fiz orkut umas  três vezes e em todas elas cancelei antes dos sei meses. Não tenho paciência. Esta é a resposta que geralmente dou para esconder o real motivo de não utilizar ferramentas sociais.
            É exatamente para o que elas servem que me tira o interesse. Porquê? Simples, não sou uma pessoa muito sociável, e não tenho uma vida que chamaria de interessante. Não gosto de estar em fotos (outras pessoas possuem mais fotos minhas que eu mesmo), e também não acho que todos devam saber o que fiz ontem, ou com quem estive. Não acho que isto diz respeito aos outros.
            Estas redes sociais na minha opinião, se tornou um modo moderno de fazer fofoca, e um modo bem avançado de bisbilhotar a vida alheia. Sou tolerante com este blog, mas confesso que já pensei em abandoná-lo também; e tenho msn que raramente utilizo.
            Eu diante da internet não tenho muito o que fazer. Não gosto muito de videos virais, acho muito fake. Mas faço muitos downloads de filmes e séries. Assisto e apago (raramente compartilho com alguém). Este texto todo é só para tentar responder a pergunta que tenho feito a mim mesmo. Porque mantenho este blog? A única coisa que sei é que sendo útil ou não para alguém, significando ou não algo, eu me sinto bem escrevendo. É de certa forma terapêutico.
            Ainda não escrevo tudo o que penso, afinal não sei quem lê, como reage cada um que lê, e o que esperam deste blog. Mas posso garantir que aqui há muito mais de mim que orkut, face, ou twitter algum conseguiria transmitir.

.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

No meio do caminho


No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei deste acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


                                                                                   Carlos Drummond de Andrade

.

Sorri - (Smile)

Sorri 

Sorri, quando a dor te torturar
e a saudade atormentar os teus dias tristonhos, vazios
sorri quando tudo terminar
quando nada mais restar do teu sonho encantador
sorri quando o sol perder a luz
e sentires uma cruz nos teus ombros cansados, doridos
sorri vai mentindo a tua dor e ao notar que tu sorris
todo mundo irá supor
que és feliz.


Musicas para ouvir online


Música: Sorri - (Smile)
Intérprete: Djavan
Composição: Charles Chaplin / G. Parsons / J. Turner
Versão: Braguinha

.

A menina que roubava livros


"... se o matassem nessa noite, pelo menos ele morreria vivo."

.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Acreditar

           Acreditar e crer para alguns podem ser considerados sinônimos. Mas estas duas simples palavras ganham forças diferentes dependendo de quem as usam.
            Acreditar está numa esfera "comum", "terrena". Enquanto que crer, possui uma esfera "religiosa" algo quase sobrenatural. Mas a verdade é que ambos os sentimentos possuem uma mesma fonte: o homem. Aquele que crê pode passar a apenas acreditar. E aquele que acredita pode passar a crer.
            Não é necessário fé para que haja uma crença, e sim o oposto. Uma crença precisa existir para que eu possa crer nela sem duvidar, adquirindo portanto fé nela. Você tendo fé ou não a crença existirá. É assim com as religiões, é assim com as pessoas, e é assim com o bom e velho natal que vem por aí.
            Já fui uma pessoa de fé. Acreditava, cria, tinha fé sem duvidar de que algumas coisas poderiam acontecer, ou que simplesmente eram e ponto. Não haviam brechas para dúvidas, não haviam porquês, não havia um e se... havia apenas uma fé.
            Tive fé em pessoas, em histórias, em um deus, e em um futuro. Hoje sou uma pessoa que apenas acredita. Me falta a certeza de que tudo o que acredito seja realmente como é. Acredito nas pessoas sabendo que elas podem mudar, acredito em histórias sabendo que pode haver mentiras nelas, acredito em Deus porque sinto a necessidade de acreditar.
            Quanto a um futuro... parei ter fé, deixei de acreditar. Prefiro somente esperar que ele chegue.

.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Música Amado



"Peço tanto a Deus para lhe esquecer, mas só de pedir me lembro."

Vanessa da Mata   
.

Janela da Alma



Há olhos e olhares que conseguem dizer frases, contar segredos, transparecer.
Há determinados olhos que possuem além de palavras, um brilho. Algo do tipo que alguns traduziriam como verdade, felicidade, ou esperança.
Os olhos, chamados por alguns de “Janela da Alma”, têm um dom de transparecer a esperança. Já reparou como são diferentes os olhos de uma criança e de um adulto? Ou como muda o olhar de um adulto num instante de felicidade?
Os olhos entregam um mentiroso, o distraído, o triste. Poucos conseguem controlá-los com maestria. Poucos conseguem fazê-lo mentir. Pode parecer um tanto piegas, ou forçado. Mas eu olho nos olhos durante uma conversa. E nunca precisei dizer a frase tão clichê: “olha nos meus olhos”. Até porque, a fuga de um olhar ou um simples desvio, já diz muito.
Não tenho belos olhos. Em meus olhos não há perfeição. Pelo contrário, há marcas de um passado. Literalmente falando. Mesmo diante de um espelho não posso traduzir a mim mesmo. Será que meus olhos teriam algo a dizer que preciso saber? Ainda há esperanças nele? A janela pela qual vejo o mundo tem me mostrado tudo?


.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Socorro

Socorro! Não estou sentindo nada.
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir.

Socorro! Alguma alma mesmo que penada, me empreste suas penas.
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada.

Socorro! Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha.
Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa.
Qualquer coisa que se sinta.
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.

Socorro! Alguma rua que me dê sentido.
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada.
Socorro! Eu já não sinto nada...

Musicas para ouvir online

Música: Socorro! Intérprete: Arnaldo Antunes Composição: Arnaldo Antunes e Alice Ruiz .


.

Max Lucado


"A mudança sempre trás medo antes de produzir fé."

                                                                                                  Livro Seu nome é Jesus

.

Invisibilidade

         

            Esta semana fui com meu irmão na faculdade em que ele estuda. Eu estava num ambiente teoricamente reconhecível. Uma universidade. Já estive em uma, o ambiente me é familiar.
            Livros, passos apressados de alguns, sorrisos e cochichos de outros. Pessoas vivas, ávidas pelo saber, pelo novo, por mudança, por um futuro. Uma tribo enorme, cheia de divisões intelectuais, tendo em comum o fato de serem estudantes, meros aprendizes.
            Fechei os olhos, respirei fundo e busquei na memória boas lembranças, vozes conhecidas... mas só consegui me sentir invisível. Meu irmão estava em sua sala de aula onde fazia uma prova; vim apenas como companhia (ele não gosta de dirigir desacompanhado).
            Enquanto eu estava sentado muitos passavam, poucos sequer olhavam. E os que assim fizeram, fizeram com estranheza. Pareço um intruso, e acabo me sentindo como tal.
           O ambiente é familiar, mas faltam amigos e uma escada. Será que os alunos pediriam escadas se soubessem o quanto estão perdendo? Não sei... só consigo ficar triste.
           Pobres alunos da universidade sem escadas!

.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

...

            As vezes me ouço falando. Reconheço minha voz, mas não as palavras pronunciadas. Não condiz com meus pensamentos. São frases prontas, que dizem quase sempre o que o outro quer ouvir, ao invés do que realmente penso.
            Por diversas vezes já me peguei julgando meu caráter pelos meus pensamentos. Afinal, sou o que penso, ou sou o que faço? Não sei... só sei que gostaria de ser diferente do que tenho sido ultimamente. Tanta passividade tem transformado o cara sociável que sou, num cara chato, quase previsível.

.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Rascunhos II


Se eu acreditava ou não, nunca foi a questão de haver uma dúvida.
Acreditar era o que gerava a dúvida.
Afinal era como se a realidade quisesse invadir o sonho e dizer: você não se dá conta de que está sonhando? Acorda!
Na realidade havia um sofrimento.
No sonho ele não existia.
Na realidade havia qualquer coisa parecida com esperança. 
No sonho havia uma promessa.
Na realidade as roupas parecem não servir. 
No sonho elas eram sob medidas.
Na realidade havia uma tentativa incessante de negar.
No sonho, o motivo de negação sequer existia ou era percebido.
Na realidade havia um passado.
No sonho somente o futuro, e eu podia vê-lo. E era lindo.
Na realidade eu não tinha controle sobre o que queria.
No sonho não havia desejo, tudo era tão repleto de perfeição que não sobrava espaço ou tempo.
Na realidade há uma busca.
No sonho só há a realização.
Na realidade eu mentia. Enquanto o sonho era uma mentira.

.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Grey's Anatomy

           
             Temos tanta esperança no começo das coisas... parece que só existe um mundo a se conquistar, não a se perder.
            Dizem que a incapacidade de aceitar a perda é uma forma de insanidade. Deve ser verdade. Mas as vezes, é a única forma de nos mantermos vivos.


                                                                                                           Meredith Grey

.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Datas


            Há pouco mais de um mês o mundo relembrou uma data que para sempre será lembrada. O 11 de setembro se tornou uma data que já faz parte dos livros de história. Entre mortes de grandes personalidades a fatos mundiais a história vai sendo contada por datas.
            O calendário é repleto delas. Algumas irrelevantes e outras significativas, merecendo inclusive feriado para se ter a certeza de será lembrada. Até mesmo este blog possui uma data relevante (23/12/10), que foi o dia inaugural de postagens.
            A questão que quero levantar aqui é: quantas datas significantes fazem parte de sua vida? Quantas delas você diria que mudou sua vida para sempre? Existe um dia que você gostaria de esquecer mas não esquece? E se dentre tantas datas que possam significar algo você tivesse de escolher somente uma, seria uma data boa ou ruim? Como foi ou qual foi o seu dia realmente inesquecível?
            Hoje 17 de Outubro completo 28 anos, e esta com certeza não é a minha data inesquecível. Se eu estiver ocupado posso até esquecê-la como já aconteceu uma vez. Acho isso estranho de eu ter de ficar comemorando o dia em que nasci, sei lá... soa meio narcisista: Hoje estou feliz porque a 28 anos atrás eu nascí. Nãããoo.... acho esquisito.
            É claro que possuo uma data carregada de significados e lembranças, e não é páscoa, natal nem ano novo; estas datas são marcantes com certeza, mas não inesquecíveis. Há sempre um dia no ano em que paro, questiono, reflito e as vezes me pergunto se minha vida seria diferente se este dia não tivesse existido. Nunca saberei.
            Quanto ao meu aniversário, sempre que penso nele uma certeza é recorrente: nascí no dia errado. Primeiro porque esta data diz que sou do signo de libra, e eu não gosto da descrição que dão aos librianos. Mesmo ela se aproximando e muito do que sou. Segundo porque nascí num período em que as revoluções são apenas períodos da história (ao menos no Brasil), e me sinto meio deslocado, sem muitas utilidades. De mais é só mais um dia. Aliás, é dia também da agricultura, do eletricista (meu pai é um), do maquinista e pronto. Não há feriado, ninguém pára, ninguém lembra, apenas passa.

So... Happy Birthday to me \o/

.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Luta Antimanicomial

Relatório sobre maus-tratos é entregue à ONU

Agência Estado


As denúncias, que incluem casos de mortes de pacientes, foram recebidas pelo Observatório de Saúde Mental e Direitos Humanos da Rede Internúcleos de Luta Antimanicomial, e organizadas pelo Conselho Federal de Psicologia.
"Nossa preocupação é fazer avançar a reforma psiquiátrica. Ainda hoje, temos hospitais que violam direitos humanos, fazendo a segregação de pessoas", afirmou o presidente do conselho, Humberto Verona.

Fonte: Diário do Grande ABC
Link da reportagem na íntegra aqui.
.

100

        Eu estava 100 idéias para escrever,
        100 palavras para divagar,
        100 o que postar literalmente.
        Mas eis que percebí que este era o post de número 100.
        E resolví 100 vergonha
        Postar este texto 100 conteúdo e 100 graça,  
        Apenas me aproveitando do fato do número 100 conseguir simbolizar a palavra "sem".
        100 mais delongas, e 100 muitos rodeios
        Até o próximo post.

.

O Pequeno Filósofo

O Pequeno Filósofo é um livro simples, sem grandes pretensões, mas super envolvente. O Diálogo narrado entre um menino e um homem nos mostra como as crianças e suas mentes "limpas" (sem influencias), conseguem achar tudo tão simples (como de fato deveria ser), e como os adultos tendem a complicar o que é fácil.
            O livro fala de relações, e de como vivê-las. Nada tão explícito, afinal o menino não é chamado de filósofo à toa. Muitas questões são feitas, nas quais devemos refletir e saber qual seria nossa resposta a tais questões.




Encerro com um trecho para aguçar a vontade.

- É! Você não consegue entender.
- Então explique, menino!
- Há coisas que não podem ser explicadas.
-Sei! Essas respostas, as pessoas dão quando não têm respostas.
- E porque é preciso ter respostas?
- Porque, quando alguém pergunta, espera uma resposta.
 - A pergunta é bonita por ser pergunta. A resposta muitas vezes estraga a pergunta.

.    

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Imagine

Imagine...
... é fácil se você tentar...,
... imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz...,
... você pode dizer que sou um sonhador, mas eu não sou o único.

Trechos traduzidos



Música: Imagine
Intérprete: Avril Lavigne
Composição: John Lennon

Letra e tradução aqui.
.

Bullying


O estranho não é o diferente. O estranho, é que haja estranheza sobre a vida alheia.

Reportagem na íntegra aqui.

Fonte: Site Revista Época

.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Charles Dickens

"Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos, 
foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice, 
foi a época da fé, foi a época da incredulidade, 
foi a estação da luz, foi a estação das trevas, 
foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero. 
Tínhamos tudo diante de nós, tínhamos nada diante de nós."

Livro Histórias de Duas Cidades

.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Precisam Revisar


            A OMS (Organização Mundial de Saúde) precisa dar uma voltinha em torno da Uniararas, e conhecer os barzinhos e a galera sedenta que os frequentam. Aposto que o resultado seria outro. (rs)

Para conferir a reportagem na íntegra clique aqui.

Fonte: UOL

.

Coleção


            Esta é a única coisa que coleciono, que está diretamanente ligado ao um hábito (acho feio falar vício) de tomar café. De resto não tenho apego a muitas coisas.
            Não coleciono amigos, não coleciono favores, não coleciono vitórias nem derrotas. Este hábito de juntar para ter ou simplesmente lembrar é meio nostálgico. Olhar o hoje é o que me faz parar para pensar no quero do meu amanhã.
            Algumas coisas até me dá uma vontadezinha de colecionar (como amigos), mas eles não sendo objetos, não posso dizer que os possuo, apenas que podem fazer parte da minha vida "quando permito".
            Quanto as canecas, poucas delas me trazem alguma lembrança, exceto aquelas que ganhei. De resto são só belos e normais objetos. Então continuo a colecioná-las. Delas sou dono, e tenho bons momentos de prazer, acompanhado de um livro e um bom café.

.

sábado, 17 de setembro de 2011

Propaganda

            Este é um antigo comercial de sucesso da Folha que está sendo reaproveitado. Uma propaganda para os novos apreciarem e os mais antigos relembrarem.



P.S.: Eu não estou incluso nos "mais antigos", conhecia este vídeo por mera curiosidade e acaso, rs.

.

Estamira


"Vocês não aprendem na escola. Vocês copiam. Vocês aprendem é com as ocorrências."


P.S.:  Estamira era uma mulher com distúrbios mentais que trabalhava no lixão do Jardim Gramacho (Rio) e foi personagem de um documentário que levou seu nome. Ela faleceu em Julho deste ano.

.

Rascunhos...

Não venha me dizer o que é certo ou o que é errado
Não queira me dizer como fazer o que tem que ser feito
Na minha história nunca foi dada opções
Na minha vida não houve exceções.

As regras nunca fizeram sentido
Porque o jogo ainda está sendo inventado
E o número de jogadores ainda definidos
Mesmo não sabendo quantos teriam de fazer parte
Fui escolhendo alguns pelo caminho
E dentre tantos você apareceu
Não como uma escolha, mas como uma necessidade.

.

Vida que segue

            As vezes o dia a dia é tão corrido que não me dá a oportunidade de que eu possa sentir algo.
            Há um trecho de uma música que diz: "as vezes eu quero chorar, mas o dia nasce e eu esqueço". E muitas vezes é bem assim.
            Queria me permitir sentir. Mas sei que a vida não vai parar apenas para que eu chore. Não há tempo pra isto.
             E assim os dias seguem. Eu querendo chorar, mas esquecendo de fazê-lo.

.

sábado, 10 de setembro de 2011

Amnésia (Memento)


            Eu criei a seção 'Eu Indico' por causa de filmes como este. Que são tão bons que parece egoísmo não dividir este fato com alguém. Um filme de Christopher Nolan que é simplesmente fantástico. 
            Um filme que é contado de trás pra frente nos permitindo entender a confusão da mente do personagem principal, que sofre de amnésia anterógrada (não guarda novos eventos) e está atrás do estuprador e assassino de sua mulher. Entre tatuagens, fotos, recados, e lembranças antigas entramos num bom suspense onde o modo como o filme é contado (de trás pra frente) se torna o enredo principal. 
            Se fosse contado na ordem cronológica seria somente mais um filme, mas sendo bem dirigido, se torna o que este filme é: uma obra prima.

P.S.: Pena que não é ganhador de oscar, ficou somente na indicação.

.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Trecho...

"Eu morro de saudades do que era pra viver."

                                                                                  Música: Meio Almodóvar (Lenine)

Sem rumo

          Hoje, como em outros dias já fiz, fui ao centro da cidade. Só que desta vez fui à pé.
          Na ida e durante todo momento de ocupação nada saiu do habitual. Era um dia como qualquer outro. A volta pra casa é que sucedeu algo que à muito tempo não me acontecia. Coloquei os fones de ouvido e saí caminhando, caminhando, e caminhando.
          Caminhei sem estar concentrado na música, sem estar focado num único pensamento, sem pesares ou preocupações. Apenas caminhava. Quando já estava chegando próximo a minha casa, parei. Não sabia pra onde queria ir, ou pior, não tinha pra onde ir. Só sabia que não queria voltar pra casa. Já se passava da 19:00, e sabia onde eu estaria neste horário em outros dias, mas hoje sentí que a minha casa era um lugar onde não queria entrar.
          Não que haja problemas, nem nada demais em casa. Apenas havia nela tudo, menos o que eu mais queria. Diante disto, dei meia volta e voltei a caminhar, lentamente, sem rumo, sem um por quê. A mente continuava sem um pensamento principal, porém, desta vez havia um turbilhão de pensamentos e porquês que angustiava.
          Quando percebí que não tinha onde ir de fato, resolví aceitar o inevitável e retornar para casa. Onde fui recebído por alguém que, com a alegria costumeira me fêz esquecer (ou quase), tudo o que eu estava pensando. Meu fiel e companheiro Zeuz, meu cachorro.


.             

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Millôr Fernandes


"O maior erro de Noé, foi não ter matado as duas baratas que entraram na arca."

.

domingo, 21 de agosto de 2011

O Pacto - Jodi Picoult



            Eu arriscaria dizer que este é um dos melhores livros que já tive a oportunidade de ler. A história que nos é contada se desenrola entre memórias de uma história de amor e o julgamento de Chris. Aparentemente ele e sua namorada fizeram um pacto em que ambos morreriam juntos. Porém só ela morre, o que faz dele suspeito de assassinato.
            Entre as memórias e o julgamento, a escritora brilhantemente revela toda a trama angustiante da história somente para o leitor. Nem mesmo os personagens sabem toda a verdade. Cada personagem com o seu segredo, e o leitor ciente de todos fica impotente, nada pode fazer senão apreciar esta bela história.

.

Eu

Eu não sabe de tudo.
Eu não sabe de nada.
Eu sabe muito bem tudo que acha legal.
Eu se entristece, depois eu esquece.
Eu voi sair por aí pra passear se divertir.
Eu voi sair por aí, vai passear se divertir.

            

Música: Eu
Intérprete: Érika Machado
Composição: Érika Machado

EU

Eu, eu, ACHO, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, QUERO, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, ACREDITO, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, POSSO, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, SOU, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, SEI, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, TENHO, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu estou pensando muito nisto. Em todas as possibilidades do EU.
Que apesar de tantas, são finitas e já foram testadas por tantos outros antes de mim.

.

Azul da Cor do Mar

Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir, tenho muito pra contar.

Dizer que aprendi que na vida, a gente tem que entender que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri.

Mas quem sofre sempre tem que procurar, pelo menos vir achar razão para viver.

Ver na vida algum motivo pra sonhar, ter um sonho todo azul.

Azul da cor do mar.


            

Música: Azul da cor do mar
Intérprete: Tim Maia
Composição: Tim Maia


REssignificando

            Há alguns dias ouví uma uma frase sendo dita por uma professora que pareceu uma fórmula mágica, a descoberta de um buraco negro, a eureka que eu precisa ouvir.
            Muitos dizem que o passado é imutável, pois já não se pode fazer nada para modifica-lo, pois já passou. Isto é uma grande inverdade, afinal, porque se procura analista? Simples, para dar um novo significado tendo uma nova visão sobre determinada história de sua vida. Você passa a ressignificar o seu passado.
            É como se você pudesse voltar ao passado e ver ele exatamente como aconteceu, e não como você se lembra dele. Como se você pudesse dar novos valores aos seus sentimentos em relação a fatos acontecidos. Como se o tempo presente te desse uma nova oportunidade de voltar e reviver, nem que seja somente para entender.
            A história de todos nós assim como a história da humanidade é resultante de um passado. Mas o presente  pode mudar como enxergamos o passado (alguns chamariam isto de amadurecimento). É o que tenho buscado por estes dias em minha vida. Um novo significado a respeito de tudo o que passei, e em que tudo resultou.
            Hoje ao olhar para trás, todas as situações e imprevistos e tristezas acontecidas parecem hoje fazer sentido de alguma forma. É como se antes eu olhasse para minha vida e visse somente um novelo de lã. Um emaranhado sem sentido. Mas hoje vejo que este emaranhado foi se desfazendo e fazendo algo belo.
            O que está sendo feito ainda está inacabado. Ainda vejo um emaranhado de lã. Mas a certeza de que logo tudo vai acabar ou ser diferente, ou de que posso dar novos significados a minha vida, me deixa tranquilo, e me faz ter ESPERANÇA.

.

O Pequeno Príncipe


"É preciso que eu suporte duas ou três larvas se eu quiser conhecer as borboletas."

.

Propósito

            Nascí e vivo num país pacífico. Sou de uma geração em que a palavra liberdade ainda soava como uma boa novidade. Crescí numa cidade pequena onde tudo parecia sempre acontecer em outro lugar. Nunca fui engajado na política, nem nunca fui rodeado por posicionamentos extremistas.
            Tudo veio de graça para quem nasceu e cresceu na década de 80 (como eu). Só tivemos de passar por crises financeiras e presenciar o último grande movimento do país, a saber, o impeachment de Collor. Não falo tudo isto por eu ser patriota, anarquista ou qualquer outra coisa, (embora haja muito patriotismo em mim).
            Falo pela falta de ideologia, a falta de um "objeto" para se perseguir, algo mais palpável do que a tal felicidade, do que meros sonhos. Onde eu vivo não há guerras em que eu possa me levantar e gritar : "eu quero defender essa causa". Não há uma ditadura que me faça querer gritar: "não vou me calar". Não há um perigo iminente a minha volta que me preocupe em pensar: "preciso me defender".
            Mesmo não havendo tais eventos, me pego falando ou querendo falar tais frases. Querendo encontrar uma causa que me tire desta zona de conforto. Um motivo que me faça sentir uma utilidade. Um propósito...
            Quero entrar numa guerra porque estando em uma, saberia pelo o quê estou lutando. Estando em uma ditadura saberia quem quer me calar, e o que deveria ser dito. Tendo conhecimento de um perigo iminente, saberia qual seria a melhor defesa.
            Mas crescí no período da comodidade, onde as conquistas ainda acontecem, mas de modo pacífico, lento e limpo. Sem sangue, mas com certeza deixando uma cicatriz.
                       

sábado, 13 de agosto de 2011

Martin Luther King


"I Have a Dream"
                                                       ("Eu Tenho um Sonho")

.

REalidade

            Sou uma pessoa que geralmente deita, dorme e acorda. Sem sonhar neste meio tempo. Mas é claro que já sonhei, ou melhor, é claro que sonho, só não consigo me lembrar de nada assim que acordo. Alguns dizem que quando acordamos e não nos lembramos do que sonhamos, é porque talvez o sonho não tenha nenhum significado ou importância.
            Estive dormindo por longos e maravilhosos seis meses da vida. E sonhei. E pior, me lembro de cada momento do sonho (o que quer dizer que significou algo), foi um sonho tão real que cheguei a acreditar que estava acordado e não dormindo. Neste sonho encontrei pessoas tão incríveis que jamais poderia ser verdade (eu deveria ter suspeitado que era sonho), pessoas que me ouviam, me achavam interessante como pessoa, tinham histórias de vida fascinantes, e algumas delas eram tão humanas que quase não se podia enxergar defeitos.
            Mas como não podemos dormir para sempre, algo me acordou contra a minha vontade, estou a horas sentado a beira da cama me perguntado que parte que está sendo um sonho? Esta de agora ou do que pra mim pareceram ter sido seis meses? Qual dos dois é a realidade? Conhecer a resposta me faz ter medo.
            Acordar e saber que a vida real chama, e não há direito nem de mais cinco minutos, pois não há mais tempo, provoca uma sensação estranha. Você tem que levantar e viver a realidade. O que me anima é que por mais longo que possa ser o dia, a noite sempre chega e volto a dormir. Não sei se sonharei, ou se acordarei e lembrarei do sonho. Mas minha esperança é de dormir e continuar este sonho interrompido, deitarei todas as noites à espera de sua continuação.

domingo, 31 de julho de 2011

Fernando Teixeira de Andrade

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas... que já tem a forma do nosso corpo... e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares... é o tempo de travessia... e se não ousarmos fazê-la... teremos ficado... para sempre... à margem de nós mesmo."

                                                                                               Professor de Literatura
.

Filme A Órfã

"Nunca tive você, mas a sinto.
Nunca falou, mas te ouço.
Nunca te conhecí, mas te amo."

.

Família

         
             Algumas vezes disse repetidamente que havia nascido na família errada. Toda a minha história parece tortuosa, como se eu estivesse escrevendo a caneta sobre os desejos e anseios de meus pais que escreveram a lápis. Cada decisão tomada, cada atitude esperada, quase sempre era contrária.
            Eu sou filho de uma mulher que aos 20 anos esperava o seu segundo filho, e tinha um forte desejo de que fosse uma menina para poder "fechar a fábrica" e seguir conforme o planejado. Numa época diferente dos dias atuais onde não se podia escolher ou sequer saber com exatidão o sexo da criança, minha mãe seguindo o seu instinto (que hoje permite piadas internas), preparou um enxoval todo rosa. E todo o resto vocês devem imaginar como foi, e hoje é somente uma história.
            Crescí num ambiente onde religião não era um rótulo que carregávamos.
            - Qual a sua religião?
            - Eu sou crente.
            Não, não era para responder esta pergunta que tínhamos uma religião. Vivíamos de tal modo que esta pergunta se tornava desnecessária, todos sabiam o que éramos. Fosse pelos modos, pelo não uso de algumas palavras, fosse pela roupa, pelos hábitos rotineiros, enfim, éramos crentes, não somente dizíamos que éramos.
            Estou dizendo isto porque nem todos sabem o que é crescer assim, nem todos entendem. Já faz mais ou menos de cinco a sete anos que não freqüento mais a igreja (não como um membro), vou raras vezes como um visitante, para alguns que conseguem entender o que é ser crente respondo: não dá para brincar de ser crente, ou você é, ou não é.
            Sempre me perguntei como seria minha vida se tivesse crescido em outro ambiente, com outra família, ou tido outros ensinamentos. Mas o que poucas vezes fiz foi agradecer por ter crescido debaixo destes ensinamentos, desta educação. Noventa por cento do meu caráter, do que sou, do que considero certo ou errado, de como enxergo o meu próximo, devo a educação que tive. Não sei se sou motivo de orgulho para meus pais, isto somente eles podem responder, mas me orgulho muito hoje da criação que tive.
            Não gostaria de ser nem um pouco diferente da pessoa que hoje sou.

.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tudo o que é sólido pode derreter

"A lua simboliza as aparências, 
os reflexos, a imaginação, o mundo visível.
Mas ela também tem uma face oculta
 um lado eternamente escuro que a gente nunca enxerga
igual aos seres humanos."

.

Pai e filho agredidos

              

Fonte: G1

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Lanterna dos Afogados

Quando tá escuro e ninguém te ouve
Quando chega à noite e você pode chorar
Há uma luz no túnel dos desesperados
Há um cais de porto pra quem precisa chegar

Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando, vê se não vai demorar...

É uma noite longa, pra uma vida curta
Mas já não importa, basta poder te ajudar
E são tantas marcas 
Que já fazem parte do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar.


Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando, vê se não vai demorar...


              

Música: Lanterna dos Afogados
Intérprete: Maria Gadú
Letra: Herbert Vianna
.

Morte

            Nunca estive muito próximo da morte, mesmo quando a desejei perto de mim. Eu quis certa vez sentir a sensação de perda, pois eu estava num momento em que não havia nada a se perder. Sim, eu já quis a morte, mas nunca fui corajoso o suficiente para ir até ela. Hoje sei que a morte não trabalha para atender a desejos de tolos pedintes, e isso é tudo que sei.
            Consigo falar sem vergonha que um dia (ou vários), já desejei não estar entre os vivos. Mas ao olhar em volta ví tantos mortos caminhando que percebí que a morte pode ocorrer em vida. Há diversos zumbis a vagar entre os vivos, sem alma, sem esperança, sem futuro, sem destino, sem alguém, sem um porque para continuar. Eles se encontram ligados no piloto automático e muitos por não saber onde vão assim se mantêm.
            Este fim de semana estive em um casamento e ouví o pastor que celebrava a cerimônia dizer: "vocês vão prometer daqui a instantes que serão fiéis um ao outro, que pertencerão um ao outro até que a morte os separem, e isto é muito tempo", ao ouvir estas palavras fiquei pensando. A vida por mais longa que seja ainda será curta para aqueles que amam viver, e se aquelas pessoas que estavam a trocar votos de fidelidade realmente se amam, vão achar curto ou duvidoso o prazo de validade da felicidade, afinal, ninguém sabe quando morrerá.
            Não sei quando me encontrarei com a morte, pois a ví poucas vezes e mal a conheço (perdí poucas pessoas queridas, ou teria sido nenhuma?), o que sei é que quando encontrá-la, se é que este tipo de encontro é possível, não vou resistir, afinal, se estou vivendo como eu quero (um dia de cada vez), então só tenho que dizer:  é... você existe!


P.S.: Desejo vida longa aos noivos que se casaram este fim de semana.

.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Oscar Wilde

"Quando os deuses nos querem punir
respondem às nossas preces."

.

Solidão

            "Nenhum homem é uma ilha" disse Jhom Donne, um metafísico a muito tempo atrás. E me pego falando às vezes: nenhum homem é uma ilha, mas bem que podia ser.
            Viver sobre um prisma que quase nunca é verdadeiro e sempre tentar chegar a um equilíbrio do que a sociedade julga como normal, torna quase toda a sociedade hipócrita. Todos vivemos a todo instante se policiando com palavras, gestos e muitas vezes até pensamentos, nem sempre fazendo aquilo que achamos certo ou que nos seja mais viável.
            Não é decente andar pelado, não é correto falar mau dos pais, não podemos ser sinceros a todo instante pois temos de pensar nos sentimentos do próximo, não se pode rir em velórios (em nossa cultura), falar contra Deus é sempre blasfêmia, só de se escrever Deus com letra minúscula já pode ser considerado desrespeitoso.
            Queria ser uma ilha... primeiro que não teria com que me preocupar se estou magoando alguém ou não, se estou desrespeitando alguém ou não. Segundo que poderia ficar pelado sem ser considerado tarado ou indecente, poderia arrotar na mesa sem precisar disfarçar, poderia ficar sem trabalhar e não ser vagabundo (aliás nem sentiria esta necessidade), poderia estar inclusive só, sem precisar explicar porque estou só.
            Mas nenhum homem é uma ilha... e vivemos por aí seguindo regras pelo bom convívio, e cada convívio, em cada ambiente vai interferindo em quem somos, como somos, e como sentimos. Estes convívios são suficientemente necessários para criar uma necessidade que nos prende. O homem sempre busca um vínculo onde se sinta satisfeito, feliz, e até mesmo realizado. Seja convívio familiar, no trabalho, na escola, ou em qualquer lugar em que ele esteja inserido.
            Mas quando não há uma identificação dele, ou um reconhecimento do outro, o homem mesmo estando em todos os lugares possíveis, ele pode se sentir só, uma ilha... e este sentimento requer que algo além de um resgate aconteça, requer que o solitário faça o sinal de fumaça.

.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Provérbio Popular

"Hoje é o amanhã que tanto nos preocupava ontem."

.

Sustentabilidade

            Hoje uma cena hoje me chamou atenção por dois motivos diferentes. De imediato foi uma cena engraçada, mas que em seguida me deixou reflexivo. Eis o que aconteceu...
            Uma mãe se aproximou daquelas lixeiras de reciclagem, e orientou ao filho que jogasse a caixa de todinho no cesto azul, pois a caixa de todinho é de papel e a cesta azul corresponde a papel. A criança que aparentava ter seus 2 aninhos disse: mas mãe eu gosto mais de amarelo. A mãe retrucou dizendo que não se tratava de que cor se gostava, mas sim de qual era o correto a ser feito. E a criança começou a bater o pé dizendo que queria jogar no amarelo. A mãe paciente como poucas que já ví (ou como eu não seria ), disse que não sairiam dalí enquanto ele não jogasse no azul, o que por cansaço a criança acabou fazendo.
            Sempre fui responsável e sempre fiz o certo quando o assunto é sustentabilidade. Em casa separo o lixo, não costumo deixar a mangueira jorrando água por horas, não jogo lixo na rua, etc., mas nunca havia feito com responsabilidade. Sempre fiz porque sempre soube que era o certo a ser feito. Não sei se por egoísmo ou coisa parecida nunca pensei na continuação do planeta sem mim. Aliás, imaginar que a vida segue e tudo mais continua é para mim, meio que uma forma de aceitar minha mortalidade, ou seja, que um dia morrerei.
            Mesmo isto não sendo um fato que ignoro (afinal é claro que sempre soube que morrerei), procuro não pensar em um fim. Vou vivendo e vivendo sem muitos planos ou pretensões. Mas pela primeira vez conseguí enxergar este tal futuro de nosso planeta, e não foi pensando em mim, mas olhando para um menino teimoso que gosta de amarelo.

.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Série Californication



"É bem legal falar de finais felizes. Mas se uma pessoa não consegue isso; se só se fode... no  fim, acho que tem que dizer 'foda-se', ou palavras com este efeito."


.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Como uma onda no mar

Música boa que foi discutida em aula de filosofia... pra lembrar e apreciar.



Como uma onda no mar


Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa, tudo sempre passará.

A vida vem em ondas como um mar

Num indo e vindo infinito.



Tudo o que se vê não é igual ao que agente viu a um segundo

Tudo muda o tempo todo no mundo

Não adianta fugir, nem mentir pra sí mesmo agora

Há tanta vida lá fora, aqui dentro sempre

Como uma onda no mar.


               

Música: Como uma onda no mar
Intéprete: Lulu Santos
Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

.

O fabuloso destino de Amélie Poulain

            É um filme sorrateiro, que começa monótono e sem pretensões, mas ao assistir você se vê de repentente envolvido na história torcendo pela personagem, sem saber ao certo em que momento o filme ficou bom.


            E assim é este filme, que por ser francês foge do habitual clichê americano e surpreende com o inusitado, incluindo o modo que começa o romance da protagonista.

.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Frase Atribuida à Mark Twain


"Quando o único instrumento que você tem é um martelo, 
todo problema que aparece você pensa que é um prego."

.

Mente vazia oficina do diabo...

         
            É um ditado antigo, mas fico me perguntando... tem como a mente ficar vazia? Será possível nos abster de tantos pensamentos que involuntariamente nos surgem? Porque mesmo quando dizem que o ócio só nos trás pensamentos de merda e consequentemente ruins, estamos pensando em algo, portanto a mente não está vazia.
            Ouví dizer certa vez que o silêncio é incômodo para aqueles que têm medo de seus próprios pensamentos. E me parece ser o caso de quem acredita neste ditado que é tão velho quanto eu. Eu não sou tão diferente de qualquer um. Penso muitas besteiras e faço muitos questionamentos ao quais não encontro respostas quando estou no ócio.
            Mas a questão é: porque tais pensamentos incomodam tanto? Porque se atribui ao diabo pensamentos e questionamentos que partem de você mesmo? Porque questionar e cogitar pode trazer tantos problemas? Tenho uma resposta para cada pergunta aqui formulada, porém, muitas delas exigem uma saída de uma minoridade* que muitos não querem.
            Sair do piloto automático dos pensamentos onde não é necessário fazer perguntas porque recebemos todos os dias respostas prontas, onde questionar pode ser visto como falta de algo melhor pra fazer... sair deste piloto automático irá te colocar no controle, e o medo reside em um único ponto... qual era o meu trajeto? Pra onde estes questionamentos e a buscas das respostas deles me levarão?
            Por que não descobrir? Boa sorte a todos que tentarem...


* Minoridade: é a incapacidade de fazer uso do seu entendimento sem a direção de outro indivíduo.

.

domingo, 3 de julho de 2011

...


"O problema das coisas inesquecíveis, é que você não consegue esquecer, por mais que tente."                                                                                                       
                                                                                        Filme Antes que o mundo acabe

.

Humano...

            Você já quis alguma vez na vida não ter sentimentos? Não ter de sentir absolutamente nada? Nem dor, nem frio, nem raiva, nem tristeza, nem medo...
            Os sentimentos são o que nos tornam “humanos”, e é esta capacidade geradora de tantos problemas.
            Nos apegamos a outros mesmo quando não queremos, nos importamos mesmo quando não devemos, e sofremos quase sempre por conta de um outro. Mesmo uma vida solitária se faz solitária por conta de pessoas externas a nós. Queremos ser aprovados, aceitos, acolhidos, notados e reconhecidos. E quando algumas dessas tentativas falham um sentimento surge, e cada um ao seu modo adapta-se a estes sentimentos moldando assim sua personalidade e carácter.
            Sentidos e sentimentos nos movem e nos obrigam a agir, e quando agimos ou interagimos, trocamos sentimentos sem nos dar-mos conta de como afetamos e somos afetados.
            O mal da convivência são os sentimentos envolvidos, e o mal dos sentimentos é exigir uma convivência.

.

sábado, 25 de junho de 2011

Paulo Coelho


"Quantas coisas perdemos por medo de perder..."

.

Silêncio

            Há um sentimento, um desejo, um motivo, um momento.
            Mas um silêncio se faz necessário...
            Qualquer palavra a ser dita pode quebrar este instante, onde somente o silêncio é bem vindo.
            Palavras são símbolos usados para dar significados a ações que queremos expressar, mas existem momentos únicos e raros onde palavras perdem a representatividade e se tornam desnecessárias.
            A respiração ganha sons expressivos de sentimentos que palavra alguma traduziria.
            Um olhar se torna tão envolvente quanto qualquer abraço ou gesto.
            E uma lágrima carrega consigo tantos sentimentos que qualquer explicação diminuiria o seu valor.
            Silêncio... é tudo o que precisamos ouvir quando nada precisa ser dito.

.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Série CSI (Crime Scene Investigation)


"O que nós somos nunca muda, mas quem somos nunca para de mudar"

                                                                                                                     Crisom

.

Exibicionismo?

            Qual o maior mal de falar de sí mesmo?
            Primeiro é que geralmente não falamos mal de nós mesmos, nossos defeitos (quando falamos deles), quase sempre é preguiça ou dizemos que nosso defeito é gostar de perfeição, tudo certinho (balela). O segundo é que quando falamos de nós mesmo, temos a tendência em aumentar nossas qualidades.
            O meu problema em falar de mim está na exposição. Sou uma pessoa discreta, reservada, e que não gosta de muitas perguntas. Não tenho nada a esconder, nada mesmo. Verdades ou mentiras que venham a saber sobre mim eu respondo, confirmo, ou o que a ocasião exigir.
            O meu problema é explicar. Pra mim isto é complicado porque, mesmo tendo uma opinião formada para quase tudo, sou uma pessoa que ainda está em construção. Não há uma planta definitiva a qual esteja seguindo. E isto pode me tornar uma pessoa incoerente ou contraditória para quem ouve. Então, para não errar nas atitudes vigio as minhas palavras.
            Quando fui fazer este blog pensei muito, muito, mas muito mesmo! Dizer aqui o que penso, acredito, ou o que gosto é para mim um mal necessário. Porque acredito que o que muitas vezes tenho a dizer possa servir de reflexão para alguém (não este post, claro), mas ainda sinto uma sensação discreta de invasão, como se alguém estivesse lendo meus pensamentos (o que de alguma forma é), e um dia virá me questionar, e talvez não saberei responder...
            O que nós somos não cabe a nós dizer. Todos já têm uma opinião formada sobre o outro. Não são as palavras que irão mudar estes pensamentos, mas as atitudes. Aprendi a muito tempo que se você vê uma pessoa mais que uma vez, a primeira impressão não é a que fica.

.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Tentando se livrar...

            Sabe quando uma música fica na cabeça se repetindo, e repetindo? Pois bem, esta tem rodeado a minha por estes dias. A parte não tão desagradável é que a música é boa (pro meu gosto, claro), tanto que resolví compartilhar. Espero que gostem!






Música: Brighter Discontent
Intérprete: The Submarines

Letra e Tradução  AQUI

.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Um dia agente aprende que...

Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes, não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. 

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto...

Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!”


                                                                                                                          Willian Shakespeare

.

Novela Vale Tudo


" O mundo e as pessoas são como são, e não como gostaríamos que fossem."

.

Neutro

          Eu sou uma pessoa de opiniões fortes, tenho um senso crítico irritante, acho pessoas chatas, burras e até mesmo entediantes, poucas me são realmente interessantes. Das que acho interessantes procuro manter proximidade e aprendo tudo o que puder, para que eu possa ser tão interessante quanto; das demais eu me faço presente circulando como numa festa, fazendo questão de ser gentil com todos como um bom anfitrião faria.
          Que pessoa grosseira e fria, dirá quem ler isto acreditando que me conhecia. Mas acreditem, sou a pessoa mais sincera que você encontrará pela frente, porque até mesmo quando estou sendo somente educado, faço com toda sinceridade que existe em mim. Quando elogio, é porque sei reconhecer algo bom. Posso nem sempre gostar do conjunto da obra, mas sempre conseguirei encontrar algo que realmente me cause admiração.
          Não gosto de mentiras e nem falsidades (e não sou nem um nem outro), mas adoto algo que eu chamo de neutralidade. Afinal se não me envolvo demais não tenho porque  ser responsável por nada. Porém, e tudo na vida tem um, eu estou mudando. Primeiro porque quero mudar, quero me permitir sentir mais (nem que o sentimento seja raiva), quero provar novamente o sabor da vida (coisa que não fazia a muito tempo), quero sair de uma teoria aprendida (relativização), e encarar a prática. E segundo porque a vida colocou tantas opções à minha frente (e por opções entenda pessoas), que está difícil de recusar algumas...

.

sábado, 18 de junho de 2011

Pear Buck


"Não pode obrigar-se a sentir algo que não sente,
mas pode fazer a coisa certa apesar do seu sentimento."

.

Ao mestre com carinho...

          Boa parte da minha vida escolar (me refiro ao ensino fundamental e médio), nunca tive grandes mestres que tenham se tornados inesquecíveis. Não sei se por falta de empenho da minha parte ou se falta de empenho da parte deles, mas isto é um fato.
          Com um primeiro semestre da faculdade quase se encerrando venho aqui fazer um comentário de alguém que me faltam palavras para descrevê-la. Como dizer... já sei, pensa numa maçã... não, este exemplo não vai dar muito certo. Melhor... pensa num cavalo...
          Se você não entendeu muito bem os exemplos citados acima, é porque não conhece a pessoa de quem estou falando. Sabe aquelas professoras bonitas, simpáticas, e além de tudo inteligentes? Não.. não estou falando de nenhuma professora da Malhação, ela até poderia ser, pois preenche bem todos estes requisitos, mas ela é muito mais. E isso num é fantástico?
          Antropologia, Sociologia, e Filosofia foram as matérias que mais proporcionaram uma abertura de pensamento deste curso que tem como intenção uma desconstrução de valores e pensamentos construídos. Depois de aprender que nada vem do nada, que devemos muitas vezes duvidar e não somente aceitar, que o outro não é estranho, mas diferente de você, e que não existe uma verdade absoluta; eu arriscaria dizer uma verdade absoluta a qual poucos (ou ninguém) contestariam: Patrícia Begnami é uma excelente professora.
          Ela decorou o nome de uma sala inteira (com quase ou mais de 80 alunos), se preocupava não somente se havíamos aprendido, mas qual era o nosso posicionamento a respeito do que fora ensinado, se concordávamos ou não, se achávamos certo ou não os pensamentos passados. Isso tudo não é maravilhoso?
          Muito mais do que professora, a pessoa Patrícia se tornou alguém a quem admiro, respeito, e que já garantiu um lugar cativo em minha memória, afinal tão cedo não te esquecerei.

Que venha o próximo semestre... \o/

.
          

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Grey's Anatomy

"O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos
e das nossas maiores esperanças."

.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sanidade

        O que mantém a minha sanidade? O que faz com que o desespero não se torne loucura? O que faz com que a tristeza não se torne depressão? O que mantém a sobriedade diante de situações que fogem do controle? Eu não sei...
          O que sei é que apesar da vontade de desistir, há uma vontade maior de ultrapassar, ir além. Há um desejo de fazer todo o passado ter sentido, fazer com que não tenha sido em vão. Embora haja toda tristeza, desespero, angústia, medo, e incertezas; deposito nestas incertezas todas as minhas esperanças. Existe um "e se.."
          E se eu tentar? E se eu não desistir? E se mudar? E se der certo? São estas incertezas que me permitem continuar, mas não sei se respondem a minha pergunta...
          O que mantém minha sanidade?

.