sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Millôr Fernandes


"O maior erro de Noé, foi não ter matado as duas baratas que entraram na arca."

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domingo, 21 de agosto de 2011

O Pacto - Jodi Picoult



            Eu arriscaria dizer que este é um dos melhores livros que já tive a oportunidade de ler. A história que nos é contada se desenrola entre memórias de uma história de amor e o julgamento de Chris. Aparentemente ele e sua namorada fizeram um pacto em que ambos morreriam juntos. Porém só ela morre, o que faz dele suspeito de assassinato.
            Entre as memórias e o julgamento, a escritora brilhantemente revela toda a trama angustiante da história somente para o leitor. Nem mesmo os personagens sabem toda a verdade. Cada personagem com o seu segredo, e o leitor ciente de todos fica impotente, nada pode fazer senão apreciar esta bela história.

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Eu

Eu não sabe de tudo.
Eu não sabe de nada.
Eu sabe muito bem tudo que acha legal.
Eu se entristece, depois eu esquece.
Eu voi sair por aí pra passear se divertir.
Eu voi sair por aí, vai passear se divertir.

            

Música: Eu
Intérprete: Érika Machado
Composição: Érika Machado

EU

Eu, eu, ACHO, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, QUERO, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, ACREDITO, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, POSSO, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, SOU, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, SEI, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, TENHO, eu, eu, eu, eu, eu.
Eu estou pensando muito nisto. Em todas as possibilidades do EU.
Que apesar de tantas, são finitas e já foram testadas por tantos outros antes de mim.

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Azul da Cor do Mar

Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir, tenho muito pra contar.

Dizer que aprendi que na vida, a gente tem que entender que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri.

Mas quem sofre sempre tem que procurar, pelo menos vir achar razão para viver.

Ver na vida algum motivo pra sonhar, ter um sonho todo azul.

Azul da cor do mar.


            

Música: Azul da cor do mar
Intérprete: Tim Maia
Composição: Tim Maia


REssignificando

            Há alguns dias ouví uma uma frase sendo dita por uma professora que pareceu uma fórmula mágica, a descoberta de um buraco negro, a eureka que eu precisa ouvir.
            Muitos dizem que o passado é imutável, pois já não se pode fazer nada para modifica-lo, pois já passou. Isto é uma grande inverdade, afinal, porque se procura analista? Simples, para dar um novo significado tendo uma nova visão sobre determinada história de sua vida. Você passa a ressignificar o seu passado.
            É como se você pudesse voltar ao passado e ver ele exatamente como aconteceu, e não como você se lembra dele. Como se você pudesse dar novos valores aos seus sentimentos em relação a fatos acontecidos. Como se o tempo presente te desse uma nova oportunidade de voltar e reviver, nem que seja somente para entender.
            A história de todos nós assim como a história da humanidade é resultante de um passado. Mas o presente  pode mudar como enxergamos o passado (alguns chamariam isto de amadurecimento). É o que tenho buscado por estes dias em minha vida. Um novo significado a respeito de tudo o que passei, e em que tudo resultou.
            Hoje ao olhar para trás, todas as situações e imprevistos e tristezas acontecidas parecem hoje fazer sentido de alguma forma. É como se antes eu olhasse para minha vida e visse somente um novelo de lã. Um emaranhado sem sentido. Mas hoje vejo que este emaranhado foi se desfazendo e fazendo algo belo.
            O que está sendo feito ainda está inacabado. Ainda vejo um emaranhado de lã. Mas a certeza de que logo tudo vai acabar ou ser diferente, ou de que posso dar novos significados a minha vida, me deixa tranquilo, e me faz ter ESPERANÇA.

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O Pequeno Príncipe


"É preciso que eu suporte duas ou três larvas se eu quiser conhecer as borboletas."

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Propósito

            Nascí e vivo num país pacífico. Sou de uma geração em que a palavra liberdade ainda soava como uma boa novidade. Crescí numa cidade pequena onde tudo parecia sempre acontecer em outro lugar. Nunca fui engajado na política, nem nunca fui rodeado por posicionamentos extremistas.
            Tudo veio de graça para quem nasceu e cresceu na década de 80 (como eu). Só tivemos de passar por crises financeiras e presenciar o último grande movimento do país, a saber, o impeachment de Collor. Não falo tudo isto por eu ser patriota, anarquista ou qualquer outra coisa, (embora haja muito patriotismo em mim).
            Falo pela falta de ideologia, a falta de um "objeto" para se perseguir, algo mais palpável do que a tal felicidade, do que meros sonhos. Onde eu vivo não há guerras em que eu possa me levantar e gritar : "eu quero defender essa causa". Não há uma ditadura que me faça querer gritar: "não vou me calar". Não há um perigo iminente a minha volta que me preocupe em pensar: "preciso me defender".
            Mesmo não havendo tais eventos, me pego falando ou querendo falar tais frases. Querendo encontrar uma causa que me tire desta zona de conforto. Um motivo que me faça sentir uma utilidade. Um propósito...
            Quero entrar numa guerra porque estando em uma, saberia pelo o quê estou lutando. Estando em uma ditadura saberia quem quer me calar, e o que deveria ser dito. Tendo conhecimento de um perigo iminente, saberia qual seria a melhor defesa.
            Mas crescí no período da comodidade, onde as conquistas ainda acontecem, mas de modo pacífico, lento e limpo. Sem sangue, mas com certeza deixando uma cicatriz.
                       

sábado, 13 de agosto de 2011

Martin Luther King


"I Have a Dream"
                                                       ("Eu Tenho um Sonho")

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REalidade

            Sou uma pessoa que geralmente deita, dorme e acorda. Sem sonhar neste meio tempo. Mas é claro que já sonhei, ou melhor, é claro que sonho, só não consigo me lembrar de nada assim que acordo. Alguns dizem que quando acordamos e não nos lembramos do que sonhamos, é porque talvez o sonho não tenha nenhum significado ou importância.
            Estive dormindo por longos e maravilhosos seis meses da vida. E sonhei. E pior, me lembro de cada momento do sonho (o que quer dizer que significou algo), foi um sonho tão real que cheguei a acreditar que estava acordado e não dormindo. Neste sonho encontrei pessoas tão incríveis que jamais poderia ser verdade (eu deveria ter suspeitado que era sonho), pessoas que me ouviam, me achavam interessante como pessoa, tinham histórias de vida fascinantes, e algumas delas eram tão humanas que quase não se podia enxergar defeitos.
            Mas como não podemos dormir para sempre, algo me acordou contra a minha vontade, estou a horas sentado a beira da cama me perguntado que parte que está sendo um sonho? Esta de agora ou do que pra mim pareceram ter sido seis meses? Qual dos dois é a realidade? Conhecer a resposta me faz ter medo.
            Acordar e saber que a vida real chama, e não há direito nem de mais cinco minutos, pois não há mais tempo, provoca uma sensação estranha. Você tem que levantar e viver a realidade. O que me anima é que por mais longo que possa ser o dia, a noite sempre chega e volto a dormir. Não sei se sonharei, ou se acordarei e lembrarei do sonho. Mas minha esperança é de dormir e continuar este sonho interrompido, deitarei todas as noites à espera de sua continuação.