sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cético


          Entre um post e outro disse não acreditar em uma coisa ou outra, o que foi suficiente para ser chamado de cético. Não estou aqui para escrever uma defesa, pois sei em que não acredito e porque não acredito em determinadas coisas. Mas a grande verdade é que até mesmo um cético possui uma certeza, a de que não se pode sair acreditando em tudo.
          Eu apesar de não acreditar em tudo (quase um Descartes*), preciso confessar duas coisas em que acredito e não duvido. Acredito em mim, embora isto possa parecer um tanto de soberba, mas se sei até quando estou mentindo, isto faz de mim uma pessoa em quem possa confiar.
          E em segundo, acredito na vontade que há dentro de cada ser humano em mudar. Ora... sou estudante de psicologia, tenho uma obrigação de acreditar nas pessoas. Sei que as pessoas mentem, matam, roubam, dissimulam, enganam, e são muitas vezes egoístas. Mas também tenho uma certeza inabalável de que todas buscam a seu modo a felicidade, e que se pudessem, corrigiriam erros do passado, teriam uma nova vida se houvesse esta possibilidade, viveria diferente se tivesse tido as oportunidades certas ou feito escolhas melhores.
          As religiões aos montes são uma prova de que o que digo é verdade. As pessoas procuram se redimir, umas acreditam que terão uma nova chance, tantas outras crêem que há uma vida além desta, e para aqueles que se lembraram dos ateus, estes acreditam que não precisam de Deus para serem bons. Tenho razões para acreditar na humanidade, mas isto não faz de mim um tolo que acredita em qualquer mentira que me contam ou que confie em qualquer um.
          Acredito na intenção que há dentro de todos, mas o que julgo são os atos que vejo.



*René Descartes foi um filósofo francês que acreditava que os sentidos nos enganavam, e que a dúvida era o primeiro passo para se chegar ao conhecimento.


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Um comentário:

Edu Rogerio ... disse...

genial esse post ...

filosofia ta mudando as coisas na sua vida hem ...