segunda-feira, 30 de maio de 2011

Perdão



          De tantas coisas criadas pelo ser humano (a quem possa me contrariar depois por me expressar assim), estão alguns sentimentos que só existem em palavras, livros e poesias. Dentre  tantos no qual não acredito, vou falar hoje do perdão.
          O ser humano vive experiências a todo momento. Boas ou ruins, elas vão se agrupando na memória de um modo que nós não decidimos o que vamos lembrar, ou o que devemos esquecer. Seu cérebro é quem decide por você o que é importante ser lembrado. Em nossas relações diárias sofremos pelas influencias de diversas pessoas (principalmente das que queremos bem), que podem nos surpreender e muitas vezes nos decepcionar. E quando há decepções, há sempre alguém querendo ou nos orientando a pedir ou dar o tal do perdão.
          Você pode com suas ações tentar ignorar os fatos acontecidos e decidir confiar novamente e sinceramente na pessoa. Mas o que você jamais conseguirá fazer é esquecer. E se é nisso que consiste o grande segredo de se perdoar, digo com toda tranqüilidade que ninguém perdoa, pois ninguém esquece. Ninguém esquece porque esquecer não é um ato voluntário.
          Há quem diga que eu diminua o perdão ao dizer desta forma que ele não exista. Mas muito pelo contrário, pois sabendo que não esquece, as pessoas se colocam a disposição de fingir que esqueceu por um bem maior. Seja por uma amizade a ser mantida, por um amor a ser garantido, seja por um afeto a não ser perdido. A constante lembrança do erro torna o gesto infinitamente maior do que esquecê-lo.

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Um comentário:

Edu Rogerio ... disse...

perdão, talvez não exista ,mais ainda assim como vc mesmo diz ... quando queremos algo somos capazes de esquecer sempre para um bem maior que cade a nos escolher ...
sabias palavras do texto, porem eu diria complementando que o perdão é um tanto conformista demais ...